quinta-feira, 18 de abril de 2013

Open fire



Toda vez que eu penso em algumas coisas, é como se eu me colocasse encostado em um muro e a minha memória me fuzilasse. E eu fico triste e choro tanto, tanto. Mas não quero melhorar, não quero sair dessa tristeza – ou corro o risco de modificar completamente o que eu sou. E eu sou uma pessoa triste. Eu me tornei triste e permaneço triste. O que vai ser de mim se eu melhorar? O que vai ser de mim se eu parar de chorar, de lembrar, de me colocar sob tantas torturas hediondas? Eu não sei ser feliz e sorrir o tempo inteiro. Eu não sei mais sustentar meu olhar. Eu não sei mais achar que o tempo está passando rápido ou devagar, porque no fundo tanto faz. O que eu sei é sentir a dor de cada bala do meu próprio pelotão de fuzilamento me alvejando. 

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